Quimicamente Perfeito
Você me olhou, congelei.
Você me tocou, arrepiei.
Você me beijou, suspirei.
Você me amou, delirei.
Você sumiu, desesperei.
Diferentemente da matemática, na química, nem sempre 2 + 2 é igual a 4, ou 60 + 9 é 69. Onde o belo, inteligente e pertinente é o que mexe com a gente. Ou a combinação perfeita é uma perfeita combinação.
Como explicar a química entre as pessoas? Aquela sensação de encaixe, conforto, sintonia, capaz de arrepiar só com um olhar? Como explicar o que na maioria das vezes não se tem lá muita explicação?
A química é uma ciência teórica e experimental, que estuda a estrutura, composição e a transformação das diversas matérias existentes e a inúmeras substâncias que as formam.
Matéria chata da escola e muitas vezes fora da sala de aula também - quando a vida cisma em cismar na prática que o funcionamento de uma teoria perfeita não funciona, ou exatamente o contrário.
Quem nunca saiu com o “checklist” perfeito para se ter do lado e nada sentiu, ou com o “nada a ver” e se sentiu completamente confortável, em casa e encaixado?
Que química é essa que nos confunde entre o certo e o errado, entre o desistir e persistir?
Tem uma frase do Jabor que diz: “Se o beijo bate... se joga... se não bate... Mais um Martini, por favor... e vá dar uma volta.”
Não é preciso ser nenhum cientista para saber que quando encontros amorosos ocorrem nossa respiração e pulso se altera, e que uma alta dose de anfetamina é liberada. Em apenas um beijo nosso pulso pode passar de 70 para 140 batimentos cardíacos e 29 músculos entram em ação. Trocamos 0, 7 diagrama de albumina, 0, 8 miligrama de materiais gordurosos, 0, 5 miligramas de sais minerais, 9 miligramas de água, 18 substâncias orgânicas e mais de 250 bactérias e vírus.
É bebê, são mais de 250 bactérias e vírus em apenas um beijo, mas quando há química qualquer antibactericida é deixado de lado. E literalmente “cagamos” para essa informação - fingimos até não ver uma herpeszinha de nada, não é mesmo?
Mas, será que na química “água mole em pedra dura, tanto bate até que fura” - é possível? Ou não é possível mudar quimicamente um sentimento por alguém?
Já vi casos, Jabor - de beijos que não bateram, mas que os corpos formaram um perfeito encaixe. De homens admiráveis, interessantes, que não sabem se encaixar e garotinhos sarados aparentemente todos errados, mas que sabem te levar como ninguém; e já vi casos também da química acontecer depois de um completo “IRC” pela pessoa – (falta de química ou novo estado de espírito?).
O fato é que a química entre as pessoas é natural, acontece sem explicação, e é uma delicia – nem vou discutir sobre isso, ou sobre a mágica disso. Por outro lado, o ser humano tem a capacidade de mudar todos os dias e de criar a sua própria composição.