quarta-feira, 25 de janeiro de 2012


Quimicamente Perfeito

Você me olhou, congelei.
Você me tocou, arrepiei.
Você me beijou, suspirei.
Você me amou, delirei.
Você sumiu, desesperei.

Diferentemente da matemática, na química, nem sempre 2 + 2 é igual a 4, ou 60 + 9 é 69. Onde o belo, inteligente e pertinente é o que mexe com a gente. Ou a combinação perfeita é uma perfeita combinação.

Como explicar a química entre as pessoas? Aquela sensação de encaixe, conforto, sintonia, capaz de arrepiar só com um olhar? Como explicar o que na maioria das vezes não se tem lá muita explicação?

A química é uma ciência teórica e experimental, que estuda a estrutura, composição e a transformação das diversas matérias existentes e a inúmeras substâncias que as formam.

Matéria chata da escola e muitas vezes fora da sala de aula também - quando a vida cisma em cismar na prática que o funcionamento de uma teoria perfeita não funciona, ou exatamente o contrário.

Quem nunca saiu com o “checklist” perfeito para se ter do lado e nada sentiu, ou com o “nada a ver” e se sentiu completamente confortável, em casa e encaixado?

Que química é essa que nos confunde entre o certo e o errado, entre o desistir e persistir?

Tem uma frase do Jabor que diz: “Se o beijo bate... se joga... se não bate... Mais um Martini, por favor... e vá dar uma volta.”

Não é preciso ser nenhum cientista para saber que quando encontros amorosos ocorrem nossa respiração e pulso se altera, e que uma alta dose de anfetamina é liberada. Em apenas um beijo nosso pulso pode passar de 70 para 140 batimentos cardíacos e 29 músculos entram em ação. Trocamos 0, 7 diagrama de albumina, 0, 8 miligrama de materiais gordurosos, 0, 5 miligramas de sais minerais, 9 miligramas de água, 18 substâncias orgânicas e mais de 250 bactérias e vírus.

É bebê, são mais de 250 bactérias e vírus em apenas um beijo, mas quando há química qualquer antibactericida é deixado de lado. E literalmente “cagamos” para essa informação -  fingimos até não ver uma herpeszinha de nada, não é mesmo?

Mas, será que na química “água mole em pedra dura, tanto bate até que fura” - é possível? Ou não é possível mudar quimicamente um sentimento por alguém?

Já vi casos, Jabor - de beijos que não bateram, mas que os corpos formaram um perfeito encaixe. De homens admiráveis, interessantes, que não sabem se encaixar e garotinhos sarados aparentemente todos errados, mas que sabem te levar como ninguém; e já vi casos também da química acontecer depois de um completo “IRC” pela pessoa – (falta de química ou novo estado de espírito?).

O fato é que a química entre as pessoas é natural, acontece sem explicação, e é uma delicia – nem vou discutir sobre isso, ou sobre a mágica disso. Por outro lado, o ser humano tem a capacidade de mudar todos os dias e de criar a sua própria composição. 

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

O que é felicidade?


É ter ou ser? Está dentro ou fora? É algo que se ganha, ou se conquista? É um estado ou são momentos? Esta no ontem, no hoje ou no amanhã?

O que é felicidade? 

É uma busca ou um achado? Corre-se atrás dela, ou ela esta atrás do que a gente corre atrás? É um conjunto de coisas, ou é simplesmente algo? 

O que é felicidade? 

Sorrimos, porque a temos, ou porque sorrimos a temos? Esta no que se sente ou no que nos faz sentir? Esta nas pessoas ou em nós? 

O que é felicidade? 

É um sentimento ou uma escolha? Uma emoção ou um prazer? É tangível, ou intangível? É alcançável ou inalcançável? É algo para você ou só para os outros?  

O que é felicidade? 

Algo que esta aqui, ou ali? Que se quer, ou que se pode? É durável ou passa rápido? É paz ou euforia? É simples ou complicada? Ou melhor, está no simples ou no complicado?

Dizem que a felicidade é um estado durável de plenitude, satisfação e equilíbrio; emoções ou sentimentos que afastam a inquietação e as coisas ruins. Pode também, ser explicada através da filosofia, religião ou psicologia.

Já eu diria que a felicidade pode ser explicada através do coração, através de tudo que o faz sorrir. A felicidade esta no que nos toca emocionalmente para o bem, para o bem estar. Ao ponto de querermos parar o tempo só para não perder aquela sensação de prazer. Está naqueles momentos que nos fazem lembrar que estamos vivos, que nos tiram o fôlego e que simplesmente nos marcam.

Pode ser uma linha de inúmeros momentos felizes. Surpreender e ao mesmo tempo ser uma escolha. Estar nas pessoas e ao mesmo tempo em nós. E pode ser também uma combinação de coisas, numa coisa só.
Ela pode te deixar feliz pelo que és ou pelo que se tem, até porque muito do que se tem é extensão do que se é.

É algo, muitas vezes, complexamente simples e tangível, ou pode estar distante e abstrato, pelo simples fato de não saber ainda o que se quer.

Pode ser algo que se acha de tanto procurar, ou que se descobre. Uma busca, ou que simplesmente acontece - sem muita explicação.

A felicidade esta para o bem, mas precisa do mal para existir. E é difícil de explicar, por ser um sentimento, e sentimento, se sente - muitas vezes não se explica, por isso, ela é tão subjetiva e singular.

Podemos viajar o mundo, conversar com inúmeras pessoas, que para cada um a felicidade terá um significado, independente de classe, cor, idade, língua, crença ou religião. É um sentido individual, que é só meu e só seu. E que felizmente não se consegue esconder, pois fica estampado no rosto, transborda, contagia ou incomoda por onde quer que passe. 

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Feliz 2012...


Acordei, minha cabeça doía. Ainda podia ouvir o som do frisson da noite passada. Levantei e vi a roupa branca no chão, as bebidas espalhadas. Me olhei no espelho e nada havia mudado.
Andei pela casa até chegar à cozinha, e até então, nada havia mudado desde ontem à noite. Peguei o novo calendário e preguei na geladeira. Joguei fora o velho e - transformar o amanhã em hoje, jogando fora o ontem - continuou sem mudar nada.
Abri a janela, o sol brilhava, e vi a mesma paisagem. Fui te procurar no quarto esquerdo. Abri a porta e estava vazio.
Voltei para a sala e ali também, nada havia mudado. Decidi ir ao quarto da bagunça, e lá, achei uma caixa. Nela havia várias fotos, minhas, de momentos, de viagens, de amores, de amigos, filhos, de diferentes paisagens. Juntei todas, me olhei no espelho de novo e percebi que tudo havia mudado – só não sabia quando.
Voltei para a geladeira e revi as resoluções do outro ano e me pareciam as mesmas desse, do outro, do outro, do outro... Nada havia mudado: amor, dinheiro, saúde, paz, emagrecer, fazer cursos, exercícios, gastar menos, poupar mais....  sempre as mesmas coisas, ontem, hoje, amanhã.
Olhei de novo na janela e vi a mesma paisagem, a estrada de sempre. Todos os dias o sol nascia e tinha essa mesma estrada ali na minha frente. Mas, hoje algo havia mudado. Havia uma placa, mas não conseguia ler o que estava escrito. A alta luminosidade, os muitos carros passando me atrapalhavam a visão e me confundiam.
Fui ao quarto da bagunça novamente, mas dessa vez para pegar um binóculo, e voltei à janela.  Tirei o binóculo dos olhos assustada ao ler que a placa dizia: “Caminho dos Sonhos”.
Feliz 2012!