domingo, 17 de abril de 2011

Na mão certa


Que a vida é feita de escolhas, isso é um fato – e que para cada escolha uma renúncia será feita, isso é quase um fato também.
Nossas escolhas são sempre em “prol” de alguma coisa, seja para nós, para algo, ou para alguém. Abrimos ou não mão de nós, de nossas vontades e sonhos, por acreditar que aquela escolha é a melhor naquele momento.

Mas, como saber se devemos ou não abrir mão de algo?

Algumas decisões podem mudar todo o rumo de nossa história. E muitas vezes a decisão A precisa da B para existir.
Quando decidi vir morar em São Paulo, “abri mão” de uma vida no Rio, convivência com família, amigos, praia e todo um habitat conhecido comum, para construir uma vida completamente nova. Abri mão inclusive de um “amor”, que ainda habita em mim e que deixou de existir também porque ele também abriu mão, não sei se só porque vim para São Paulo. Se seria melhor ter ficado no Rio, nunca vou saber. Se essa história de amor teria existido, e se estaríamos juntos até hoje, também nunca vou saber, pois abrimos mão de vivê-la. Mas, acho que para ambas as perguntas, a resposta é não. E não me arrependo das escolhas feitas. Quando fazemos a escolha A, A passa a ser a realidade e B passa a ser apenas uma suposição. Por isso, foquemos no que escolhemos e não no “Se”.
Nossas vidas são uma análise combinatória de grandes e/ou pequenas escolhas. E cada uma delas, pequena ou grande é capaz de mudar tudo. Ter um filho não planejado - por exemplo, não ter um filho não planejado. Abrir mão de uma carreira por amor, encerrar um casamento, mudar de emprego, não mudar de emprego. Desistir de ser cantor, mudar uma profissão, deixar um amor ir. Tirar umas férias, mudar de cidade, de caminho e até de sonhos.

Nosso termômetro é uma mistura de quero, devo, posso. Ou de não quero, não devo e não posso. Ou apenas a voz de nosso coração. Egoistamente ou não, em sua maioria as “abridas de mão” que fazemos, estão baseadas na felicidade, nossa ou de outras pessoas. Quando baseadas na felicidade alheia, ela também se transforma na nossa, por isso as fazemos.

Com certeza assim como eu, você já “abriu mão” de algumas coisas na sua vida, fez escolhas sem ter tanta certeza se eram as certas e ficou com a pergunta na cabeça: “E se eu estivesse escolhido a B? O que teria acontecido?”. Essa resposta nunca você e nem eu teremos. Pois a possibilidade existente foi a que você escolheu. Não se arrependa jamais, com certeza se você a escolheu foi a opção que mais te pareceu certa naquele momento, com maturidade ou sem.

O tempo é o senhor das respostas e só com o tempo podemos medir certas coisas, mas até as nossas escolhas erradas servirão como base para diversas outras certas. Até por que, o que é certo e errado?

Abrir mão, ceder, errar, acertar, faz parte do processo de nossa história, por isso não se culpe por isso ou por aquilo. A vida se ajeita, se mistura, se transforma. Outras oportunidades passam, e outros amores nascem, ou renascem. Ela é orgânica e não binária. Temos uma infinidade de possibilidades, a fé para nos apoiar e a capacidade de nos perdoar; por isso, escolha-se sempre!

Um comentário:

Lê Fernands disse...

nossas escolhas nos definem e são capazes de grandes revoluções em nossas vidas.

adoro isso! =)
bjsmeus