Até que ponto a exposição de nossas vidas na internet é bom, ruim ou importante para nós? Até que ponto participar, interagir e compartilhar das redes sociais nos faz pessoas melhores e felizes?
Nossas vidas tornaram-se um mural do mundo. Críticas a parte ao excesso de exposição, ou a nova moda, a carência cibernética... acredito que fazer parte desse enorme mural, nos faz pessoas mais realizadoras e quem sabe até mais felizes. Até porque muito de nossa exposição é a gente que faz.
A necessidade move o homem, o marketing e a competição também. Hoje ninguém quer ser um “loser cibernético”, ou um “Zé ninguém do mundo virtual”. Vivemos numa nova sociedade, aliás, não mais tão nova assim, chamada - sociedade virtual. Na época de nossos pais, as pessoas não se encontravam nessa “tal internet”; e agora até nossos bichinhos de estimação já tem suas próprias redes sociais.
Não tem mais jeito, estamos conectados uns aos outros. Temos sim uma vida social na internet e nosso “pedigree” esta listado no Google. A internet virou nosso cartão de visitas, ou “queimação de visitas” e querendo ou não ela inconscientemente vira um catalisador para muitas realizações nossas.
Por exemplo, se fizermos uma busca de nosso nome no Google e não aparecer qualquer referencia, não é estranho? Como assim não realizamos nada, não passamos num concurso, escrevemos um artigo, fomos citados, ou fizemos algo de significativo? Só quem realiza gera evidências. Logo, se você fez algo relevante - está no Google. E se não tiver nada realmente, preocupe-se! Isso não é mais privacidade, mas sim ausência de referências sobre você. Não estar no Google hoje em dia, nos passa a sensação de “não existir”. Ter uma história para contar e que esteja de certa forma catalogada na internet, mostra que não viemos ao mundo a passeio.
Tudo bem que muita coisa que a gente quer esquecer - o Google não deixa. Como algum post que deixamos, carreira que tivemos, ou até um casamento que não é mais nosso. Sinceramente as colunas sociais podiam ter prazos de validade cybernético!
Agora pensemos no vício do Facebook. Hoje me vejo tendo frases, imagens e comentários automáticos para serem postados nesse grande mural feliz. Mas, se formos parar para pensar, será que essas redes de certa forma não nos cobram um pouco mais de fazermos algo com nossas vidas? Passamos a prestar conta virtualmente com a sociedade de pessoas felizes, bonitas, que viajam, curtem a vida, sabem dos acontecimentos do mundo, e que se mobilizam por eles. Esse “prestar conta virtual” pode ser uma fonte para uma vida não linearmente comum. Será?
É mundo “muderno”, “muderníssimo”! E vivemos nele, baby. Mas, como tudo na vida, “balance” é o caminho certo. Ninguém quer saber se você acordou, se você vai sair de casa, se você comeu arroz com feijão, muito menos se “peidou”! Hello!! Tem gente que dá um espirro e coloca na internet! Educação virtual, por favor, chega dessa “carência”. Na boa, para quê postar carinhas como: :-), :-(, nas redes? Ou qualquer coisa relevantemente inútil? O legal dessas redes é poder entreter, aproximar as relações, interagir e compartilhar das vidas de pessoas que fazem parte da nossa história, ou até gerar relações futuras, mas não compartilhar da inutilidade da vida alheia.
Tenho certeza que essas redes sociais, a conectividade e a evidência pública virtual de nós mesmos, mudarão muitos de nossos comportamentos. Por isso, saibamos utilizá-las para o bem e diversão. E já que somos grandes murais do mundo, então que seja no ritmo de Gonzaguinha, onde: “Viver é não ter a vergonha de ser feliz! Postar, postar e postar a beleza de ser um eterno aprendiz!”