sábado, 8 de janeiro de 2011

Sexo sem amor.

No fim do ano todos querem sexo, no início do ano todos pedem mais sexo. No carnaval só se pensa e faz sexo. Na TV só sexo, nas músicas também. Nas revistas, sexo. No mundo gay, é sexo saindo pelos poros.

A sexualidade esta a flor da pele e cada vez mais precoce e comum. Sexo, sexo, sexo. Atemporal, sem gênero, sem amor, sem laços. Prazer por prazer? Tesão? Puro hábito? Por que bebeu demais? Por exorcismo do corpo? Necessidade de se sentir desejado?

As razões do sexo são muitas vezes fisicamente inexplicáveis.

Falamos tanto de sexo, de sexo por sexo, como algo carnal, viril. Mas, muitas vezes esquecemos que na maioria das vezes toda essa virilidade e tesão pelo tema, vem do sexo com amor. Ok, não vamos dar tanto peso as palavras, mas falemos das relações com envolvimento emocional. Quando temos algum envolvimento, alguma emoção, o sexo nosso do dia a dia, ganha poesia, cheiro, forma, memória. Ganha um prazer perdurado, marcas no corpo e em nós. E até aquela transa matematicamente básica como 2 e 2 são quatro, vira um 69 espetacular, sem qualquer soma mirabolante, explicada apenas pela matemática da química. Nessa conexão, sempre deixamos um no outro, um pouco de mim e um pouco de você. Por isso, algumas transas não são apenas transas. São seduções, histórias que se iniciam ou que se encerram; e que só existe cenário, por toda essa relação emocional. Gosto bastante de uma frase do Jabor que diz que, o Amor é um texto. Sexo é um esporte. Amor é o sonho dos solteiros. Sexo, o sonho dos casados. Acho que é meio por aí.

Mas, às vezes me questiono sobre o prazer pelo prazer. Até porque se o prazer do sexo estivesse totalmente desconectado da emoção, a masturbação nossa de cada dia seria suficiente para uma vida sexualmente feliz, não é mesmo?

A liberdade nos dá a carta de alforria de nosso próprio corpo e limites - e chego à conclusão que o nosso limite, são nossos próprios valores. Nosso corpo vai até onde nossas crenças deixam. Quando esse limite transborda essa linha, deixa de ser prazer e aprovação, e vira desaprovação ou até agressão, de resultado único: ressaca moral. E com base nesse arrependimento ficamos “polianamente” justificando as razões pelas quais, não se precisa qualquer explicação. Afinal, foi apenas sexo. No mundo dos irracionais isso é fato praticado.

Falando em irracionalidade, muitas espécies de nós conseguem tratar esse tema como simples animais. Já os racionais, se “fodem” emocionalmente, com esse assunto que os irracionais tratam racionalmente tão bem. Mas, jogue a primeira pedra quem nunca deu “umazinha” erradamente muito boa e quem já não amou um sexo muito errado, por simplesmente ser a pessoa certa.

Nosso termômetro sexual é uma combinação de corpo, emoção e conhecimento de nós mesmos. Pode ser nosso lado luz, ou nosso lado sombra. Pode ser uma prática, muito ou pouco explorada. Mas, é singular e só nosso, ou de todos, ou apenas do último grande amor.

O sexo sem amor não tem problema algum, até porque se tiver algum problema, será literalmente apenas um “Se fode aí!”.

3 comentários:

Rafael Carvalhido disse...

Você escreve divinamente

Rafael Carvalhido disse...

Você escreve divinamente

Paulinha disse...

ADOREIIII!!!
bjokas
Paulinha