As pulseirinhas Power Balance estão na última moda. Com preço médio de R$130,00 no Brasil, podem ser vendidas a R$10,00 - cada, nos camelôs das grandes cidades, mas custam menos de R$2,00 para serem fabricadas na China.
Marketing, efeito placebo, ou um melhor equilíbrio físico e emocional. A pulseirinha de silicone, foi desenvolvida por um cientista da NASA e contêm embutidos dois hologramas quânticos de Mylar programados com frequências que interagem naturalmente com o campo eletromagnético do corpo humano. Pode-se dizer que ela é a nova versão daquela antiga pulseira magnética muito usada pelos “alternativos” de antigamente. Aquela de aço, ou prata com duas bolinhas magnéticas na ponta, lembram? Se funciona, ou não, essa nova moda esta movimentando milhares e milhares de dólares.
Mas, o que é esse “Power Balance”?
Será que usar uma pulseirinha nos ajuda a organizar a vida? Ou esse poder de equilíbrio está na capacidade de nos organizar emocionalmente e fisicamente? Acho que to mais para segunda opção.
Gosto de seguir a linha de um grande tutor, de “qual a sua dificuldade para conseguir isso?”. Temos cinco áreas importantes em nossas vidas: pessoal, familiar, profissional, amorosa e social. Elas estão equilibradas? Se não, quais as dificuldades estamos tendo para mantê-las em equilíbrio como um pentágono? Chique isso, né? Acabei de inventar, poderia até criar o pentágono do equilíbrio e ficar milionária.
Mas, voltando. Essas cinco áreas devem ser vividas de forma equilibrada e em plena harmonia. Lógico, que com os pesos devidos para cada. Mas, muitas vezes caímos no erro de vivermos em overdose de uma delas, por pura fuga, ou incapacidade de administração mesmo. Tem gente que vive só para o equilíbrio da mente, culto ao corpo, ou “fun”; outras só para o trabalho, outras dedicam-se 100% a família e deixam de viver sua própria vida; outras para as relações amorosas; e tem aquelas que querem salvar o mundo antes de salvar a si própria.
Jogue a primeira pedra quem nunca “unbalance” na vida. Conheço gente que equilibra a alimentação com o que tem disponível, trigo só da cevada, uva só no vinho e frutas diversas - apenas na caipirinha; que trabalho é um fim, não um meio; o amor uma dependência de vida; família só no porta retrato; e trabalho social, o que é mesmo?
Acredito que o mais difícil é equilibrar o trabalho com as outras quatro áreas. Pois, além de uma realização pessoal, ele é fonte e recurso sustentável para algumas outras. Dizem que o trabalho dignifica o homem. Logo, podemos dizer que ele materializa nossa dignidade (acho que viajei nisso, mas tudo bem). Porém, muitas vezes ele se torna uma grande armadilha para esse “unbalance”, tornando-se também a fonte das “desculpas”.
Não fazemos exercícios porque trabalhamos demais, não visitamos, ou nos dedicamos à família como deveríamos porque o trabalho não deixa, não dá para namorar ou ser um bom companheiro por conta de muito trabalho. Participar do crescimento dos filhos vira um sonho distante, viajar é um luxo à parte e acompanhar os amigos agora só no Facebook – que nos deu a oportunidade de nos desconectar do outro nos conectando. Nos negligenciamos, muitas vezes sem saber porquê e somatizamos também toda e qualquer infelicidade no coitado do trabalho.
Mas como uma boa Poliana, tirando o mundo, nem tudo está perdido - e acredito que com poucas administrações, e algumas desconstruções automáticas conseguimos sim uma “Life Balance”.
Pegue as cinco áreas de sua vida. Distribua os pesos de sua dedicação hoje para cada uma delas, depois o peso ideal, que você gostaria que cada área tivesse. Em seguida os pesos possíveis que você consegue se dedicar hoje. Encontre o caminho possível entre o atual e o ideal. Sabemos que somos humanos e não malabaristas. Por isso, trace metas alcançáveis e meios possíveis de atingi-las.
Se você leva o notebook para casa todos os dias e não se desconecta do trabalho nunca, passe a não levar dois dias, depois aumente para três. Se exercício não faz parte da sua rotina, não queira se tornar o Mr. Fitness em três meses, mas passe a se exercitar, fazendo o que gosta, nos finais de semana e uma vez na semana. Se sua alimentação está desregrada, siga uma dieta tranqüila. Reserve 20% do seu orçamento para o lazer. Se presenteie e a quem você gosta de vez em quando. Aprenda a dizer não e a colocar alguns limites. Não jogue tênis com seu amor, mas sim frescobol. Faça algum curso e leia. Dedique-se um pouco mais a família, apenas perguntando como eles estão. Se as práticas sociais não são praticadas; aproveite o Natal e adote uma criança. E lembre-se: quanto mais tempo tempos, menos coisas fazemos.
Com certas sutilezas e administrações simples, aos poucos atingimos uma “Life Balance”. E se tudo vai bem, melhores resultados alcançamos. Somos melhores profissionais e pessoas, quando conseguimos cuidar da mente e do corpo.
Mas, se você acha que não consegue, aqui vai uma receita de pulseirinha caseira para que atinjas o “Life Balance”: recorte o holograma de dois cartões de crédito sem validade (de preferência VISA e American Express - ambos Platinos) e cole com superbonder um de cada lado (para cima e para baixo) em um elástico de cabelo (escolha a cor que mais gostar) e coloque no pulso. A única diferença da pulseira caseira para a do “Power Balance” é que você não pode esquecer de digitar a senha quando perguntarem se ela esta fazendo efeito.
2 comentários:
PaulistAna,
grande texto, inspirador.
Continue sempre!
E muito equilíbrio pra gente.
Bjo,
Alain
Il semble que vous soyez un expert dans ce domaine, vos remarques sont tres interessantes, merci.
- Daniel
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