quinta-feira, 22 de abril de 2010

Ihhh a Bolha Estourou!

Acordei cenário novo, abri os olhos, reconheci a área. Não te vi ao meu lado. Abri a cortina e o horizonte era diferente. Uma nova rotina, novas pessoas, novos cheiros, sons, temperatura. Onde eu estava todo esse tempo?

Na antiga bolha.

Vivemos em ciclos, bolhas que criamos, ambientes conhecidos e com horizontes limitados por nós. Sensações e sentimentos que passam a ser seguros. Ali ficamos, ficamos e nos acomodamos no “quentinho” gostoso, mas que nos faz esquecer de lembrar que estamos vivos e que é muito bom pulsar.

Romper essa bolha, não é fácil, mesmo em estado de infelicidade, pois até com ela nos acostumamos. E também nem sempre é necessário mudar, mas acredito que evoluir é uma necessidade continua. E muitas vezes o rompimento dessas bolhas ou cortes de cordões umbilicais são necessários para essa tal evolução ou revolução.

Só quem sai do estado de inércia, rompe essa bolha, esta sujeito a errar, meter os pés pelas mãos, sentir medo. Respirar todo esse novo ar te obriga a entrar em contato com muitos sentimentos em sua maioria desconhecidos, ou quase esquecidos.

Já perceberam que quando isso acontece, tudo se potencializa e fica a flor da pele? Seus anjos e demônios aparecem, o mundo roda, a ansiedade fica latente e toma conta. Vários “vocês” se manifestam; o medroso, o corajoso, o carente, o saudosista, o jovem sonhador, o apaixonado, até o cruel... esses “vocês” surgem em situações corriqueiras, do cotidiano comum, mas geram resultados incomuns.

Uma paixão por exemplo, que muitas vezes acontece você procurando ou não, na hora certa, ou não. É uma situação maravilhosa (ou não), que invade a sua bolha e muda tudo. Faz você perder o controle e as referencias de certo e errado. A única coisa que você quer é viver, viver, e viver aquilo intensamente, pois não existe sensação melhor do que a de estar vivo, respirando e muitas vezes sem ar. Mas, tudo que é rasgado, invadido, intenso - é perigoso, diria até voraz. Por isso, ficar na inércia muitas vezes é mais seguro e salvo. Requer menos esforço, menos exposição e probabilidade de errar.

Talvez seja por isso que existe o ditado: “Tudo que vem muito rápido, vai muito rápido”. Pode ser... as mudanças, as evoluções para serem sólidas, devem ser feitas se possíveis de forma transitória, sem muitos traumas, através de escolhas pensadas, pois existe todo um ecossistema, meu, seu, nosso, envolvido. Isso seria a situação ideal.

Mas, como a vida é muito rápida, orgânica, inesperada e nos coloca a prova a qualquer tempo. Precisamos saber lidar como malabaristas e com a paz de espírito necessária para não perder o controle com todo esse “ar”, muitas vezes “tufões” que vem com esses novos ciclos. Mas, se isso não for possível, também é preciso ter a sabedoria de se perdoar e aceitar seus limites, pois a felicidade está no que somos. E mais para frente iremos entender o porquê de nada ser simplesmente por acaso.

sábado, 17 de abril de 2010

Procuro um Maestro


Procuro um maestro.
Em que concerto ele está?
Para que me toque como se fosse uma sinfonia.
E me guie como sua orquestra.
Posso ser sua espala, ou posso apenas seguir suas notas.

Procuro um maestro.
Em que concerto ele está?
Quero ser sua música e melhor interpretação de linhas e cifras.
Para poder me perder na sua linguagem harmônica e movimentos.
Posso ser sua obra e mais belo espetáculo, ou apenas sua aluna.

Procuro um maestro.
Em que concerto ele está?
E na simplicidade da voz e violão canto para você vir me buscar.
Doença ou amor? Eu já nem sei.
Te olho e também não sei. Já te provei e rejeitei. Já te deixei e supliquei.
Meu porto seguro que me afunda e não me deixa voar, por mais que queira decolar.
Me enveneno do seu amor para viver e deixo de viver morrendo em seus braços.
Você me ama por vaidade, não me deixa por vaidade e por vaidade fico.
Vivemos um vício nú de carne e osso e nos navalhamos com falsos sentimentos, gestos e palavras.
Saboreamos juntos da felicidade e da dor do maior vazio de um grande amor....

quinta-feira, 8 de abril de 2010

Encontros e Desencontros.


Toc, toc, toc...
- Quem bate?
- É a oportunidade...
- Pode entrar.

Toc, toc, toc...
- Quem bate?
- É a oportunidade...
- Volta depois.

Já dizia Vinícius, “A vida é a arte do encontro, embora haja tantos desencontros pela vida”.

E assim ela é, um caminho de retas e curvas cheia de encontros, desencontros, reencontros e linearidade.

Os encontros parecem atos divinos, vem com uma energia cármica, sentimento de felicidade e sorte, e são inexplicáveis. Acontecem sem aparente razão. Podreria dizer até, que é a soma do querer com a hora certa. Quando encontros acontecem, olhamos para o céu e agracemos a Deus pela benção. Seria isso destino?

Os desencontros parecem atos “demoniosos”, vem com uma energia cármica, sentimento de trsiteza e lamentação – e são quase inexplicáveis. Acontecem com aparente razão. Poderia dizer até, que é a soma do querer, só que na hora errada. Quando desencontros acontecem, olhamos para o céu e perguntamos a Deus “Por quê?”. Seria isso destino?

Os encontros e desencontros vem cheios de entrelinhas, ensinamentos e aprendizados. Viram marcos em nossas vidas, pois mesmo pequenos são grandiosos - por serem singulares. Sabemos quando eles acontecem, mas normalmente não sabemos por que acontecem.

Felizes ou tristes, os encontros são os desencontros que aconteceram e os desencontros, os encontros que não aconteceram. Sorte, azar, destino, ou mera probabilidade; os encontros e desencontros vão sempre existir; a frequencia é que vai depender do quanto nos expomos e nos abrimos para viver as oportunidades que a vida nos traz, está aí o segredo. O puro desprendimento do medo em ser feliz, mesmo que antes seja necessário passar pela infelicidade.

Mas, chega de falar do gosto amargo dos desencontros, vamos falar do delicioso sabor dos encontros; esse sim nos inspiram, são marcos poéticos e representam papeis deliciosos e coloridos em nossa história. Geralmente acontecem em épocas de transição, ou nos levam a ela; muitas vezes, geram até grandes revoluções.

O importante disso tudo, é saber o que fazer com o que encontramos. E nesse caminho de retas e curvas, entender que quando a oportunidade bate a sua porta, deixe-a entrar, sem medos, pois tudo pode acontecer, inclusive o nada – como já dizia a minha mãe.

quinta-feira, 1 de abril de 2010

O Amor e o Poder...

Enquanto as mulheres se dignificam através do amor, os homens se dignificam através do poder. A mulher passa a vida buscando ser feliz no amor, amar e ser amada e se não encontra, constitui família e tal, é vista na sociedade e até por ela mesma, como: “não dei certo”. O homem que não é provedor, respeitado, realizado profissionalmente, ou atinge a supremacia, é visto pela sociedade e até por ele mesmo, como: “não dei certo”.

Essa relação Amor e Poder é bem interessante.

Por conta dessas “dignificações”, homens e mulheres assumem papeis, ou se frustram neles inconscientemente. A mulher deve ser a dadivosa, amável e sempre aberta a se relacionar. O homem deve ser seguro, confiante, realizador e poderoso.

O problema é que em tempos modernos não sabemos mais a linha do meio entre o que queremos, devemos e podemos. O amor é genuíno, o poder é conquistado, ou transcende de dentro para fora. O amor nos conecta a pessoas e o poder é o ato de ser eficaz.

Fazendo um paralelo de amor e poder, a mulher se dignifica pela quantidade de amor que acumulou ao longo da vida e o homem da quantidade de poder alcançado. Porém, não mais paralela é essa relação quando compensamos nossa carência de amor exercitando o poder.

Garanto que você nem eu fazemos isso, mas muitos buscam essa compensação. Segundo Carl Gustav Jung (Psiquiatra suíço, fundador da psicologia analítica): "Onde reina o amor, não há vontade de poder, e onde domina o poder, falta o amor. Um é a sombra do outro."

Com isso, começamos a entender as “dignificações” citadas à cima e como elas se cruzam – movidas pela carência tanto do amor, como do poder. “Não tenho amor, mas tenho poder” ou “Não tenho poder, mas tenho amor”.

O amor e o poder devem caminhar juntos, assim como homens e mulheres, pois um é a soma do outro. Afinal o que importa ou resulta dos dois, ou de nós dois, é o prazer que se/me proporciona.