Hoje é o dia internacional da mulher e fiquei pensando em como escrever um lindo texto sobre as mulheres. Porém, a unica coisa que me veio a mente foi: “ser mulher é um saco!”.
Deixando um pouco a literatura feminina politicamente correta de lado, vou usar esse “meu” dia para explicar um pouco sobre essa “chatice” em ser mulher nos dias de hoje.
Tudo começou a ficar mais “chato” com a “maldita” emancipação feminina. São mais de 150 anos do início do movimento que nos fizeram acumular mais de 150 direitos. Acumulamos não só o direito dos homens, mas também o de mãe solteira, o de chefe de família, o de pagar a conta, o de mecânica, até o de “galinha”. Mal sabiam as responsáveis pelo movimento, que isso , ia fazer de nossas vidas – em tempos modernos, virar uma maratona infernal.
Sorte dos homens que dividiram muitas responsabilidades masculinas, e ainda podem usar nossa emancipação como excelente argumento para diversas situações. Com o cavalheirismo em baixa e o feminismo em alta, os homens ganharam também o direito de não mais quererem ser homens – no sentido amplo dessa afirmação.
Já nasci emancipada, mas confesso que se pudesse escolher, preferiria me manter como uma mulher submissa impensante, do que já nascer como “Mulher Maravilha”, no meu caso tendendo a revolucionária. A ignorância é uma execlente fonte para a felicidade. Tinhamos uma vida fácil, projetada, simples, onde cuidavam de nós, e nossa única obrigação era amar. Amar ao próximo, mais do que a nós mesmas. Porém, resolvemos (ou resolveram por nós) nos amar mais (igualmente ao próximo), e com isso, vimos que a liberdade de pensar e os diretos iguais vinham também com o agir, o fazer, o assumir, e outras coisas que antes escolhiam e assumiam por nós.
Os tempos mudaram, mas as horas continuam as mesmas. Muitas coisas podemos terceirizar, mas outras não, ou são “mulhermente” impossíveis . Ter papéis e funções específicas é preciso, se não, Deus nos faria seres auto-reprodutores iguais. E se não somos iguais, então para quê, direitos iguais?
Um exemplo importantemente bobo, é o direito de voto. Mudou alguma coisa na história por conta do voto feminino? Que eu saiba, não, mas se alguém souber, por favor me conte. Com o direito de trabalho e salários iguais, ganhamos também a responsabilidade de sustentar a familia quando preciso, ou quando deixadas, ou quando mandamos o “fulano de tal” passear. Positivo?
Enquanto os homens hoje vivem nos tempos “molezinha” modernos, nós “Mulheres Maravilhas”, vamos aprendendo a administrar não só todas essas mudanças, mas como as responsabilidades, a felicidade, o bom humor, e principalmente o tempo. Se contabilizarmos a quantidade de horas que “gastamos” no salão, nos arrumando, fazendo chapinha, cuidando da casa, da família, de vocês homens e até no banheiro, comprovaríamos as boas administradoras que somos e boas pensadoras também. Vocês homens não sabem o esforço que é feito, por exemplo, todos os dias de manhã para escolher da lingerie adequada, à cor da sombra, passando por 215 acessórios, mais as roupas das crianças, e o que elas vão levar de lanche, e mais o que a empregada vai fazer para o jantar - dentro dos mesmos 30 minutos que vocês levam para tomar um banho, fazer a barba e escolhem uma calça com apenas 3 variações de cores, e uma blusa, com 3 variações de estilo (lisa, listrada ou xadrez), que combinem com apensas 2 acessórios - pretos ou marrons (sapato e cinto)!
Nosso corpo e mente trabalham muito mais, e ainda temos que lutar contra a lei da gravidade - que até nisso, pesa mais na ala feminina. Assim, pensem duas vezes antes de falar que “vida de mulher é fácil”.
Na verdade, depois de tanta “chatice” só tenho a aplaudir nós mulheres por estarmos sabendo levar com tanto charme e beleza, uma vida emancipadamente difícil. Dizem que Deus só dá o peso a quem pode carregar - e deve ser por isso, por essa força especial, que nascemos mulheres! Lamento somente por vocês homens, que só numa próxima encarnação poderão saber, que apesar de “um saco”, o quão maravilhoso é ser mulher!