quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

“Sra. Culpa”


Prazer, sou a “Sra. Culpa”. Luto contra ela, busco evitar, aceitar, não olhar, mas a culpa sempre está lá, ou melhor cá, dentro de mim. Parece uma sombra que acompanha dia e noite, noite e dia. Mesmo não querendo, ela acorda comigo e dorme comigo – prisioneira de mim e eu dela.

Para os dicionários, a culpa causa danos a outros, porém em muitos casos a culpa causa grandes danos a nós mesmos. Um enorme sofrimento, simplesmente por se tratar de algo de nosso comportamento que reprovamos ou permitimos. Por exemplo, em muitas situações se digo “não”, sinto culpa e se digo “sim” também sinto culpa. Se faço algo que “não quero” sou danosa comigo, e se não faço, sou danosa com a outra pessoa ou com a situação.

Entramos então, na questão da consciência moral pessoal (conjunto de condutas), onde achar essa linha tênue entre o “sim” e o “não” sem culpa - no meu caso, representaria a carta de alforria para a paz de espírito. Tomar qualquer ação, aparentemente certa dentro de um conceito com culpa de nada vale.

Mas, por que sentimos tanta culpa?

Juro que ainda estou tentando descobrir, e talvez eu gaste mais “um carro” em terapia para lidar com isso. De qualquer forma, imagino que almas como a minha também sofram da síndrome da “Sra. Culpa” aqui.

Para ilustrar, aqui vai um simples exemplo de uma Segunda-feira qualquer......

Despertador toca e não consigo acordar para ir à academia, pois culposamente dormi tarde no domingo, mesmo sabendo que nunca vou conseguir dormir cedo aos domingos. Não acordando para ir à academia, culposamente fico me sentindo uma fracassada sem força de vontade, pois comi exageradamente com culpa no final de semana e tinha que ir a academia, para tentar queimar um pouco a culpa calórica. Para amenizar, juro para mim mesma que vou à noite – e assim, adeus culpa!

O dia passa, e culposamente não esqueço que é o dia internacional da dieta, mas se não resisto a uma batatinha frita no almoço, ou o chocolatinho do café, mais culpa sinto por estar, duplamente, triplamente ou sei lá quantas vezes “mente” - não disciplinada.

Na volta do almoço culposo, se me deparo com letreiros promocionais nas lojas e não resisto a mais algumas comprinhas, a sensação de prazer e felicidade logo é abduzida pelo sentimento de culpa, pois também já gastei mais de um ou dois carros com comprinhas e mais comprinhas sem qualquer necessidade. Mas, tudo bem, você pensa- com culpa: dinheiro está aí para isso!

Hora de voltar ao trabalho, pois já é tarde e se você não produziu o que deveria pela manhã culposamente começa a correr contra o tempo e a cabeça não pára com o blá blá blá de devia ter feito isso, não devia ter feito aquilo e etc fica a martelar. Felizmente a rotina do trabalho faz você produzir, evoluir, aprender. Ocupa os pensamentos, mas também traz um stress natural. Aí no meio de tantas tarefas, atribuições, você comete um errinho, ou errão, ou sei lá - e mesmo sabendo que só erra quem faz, você se sente culpado por ter sido desatento, não ter planejado melhor, não ter feito isso ou aquilo e novamente a cabeça não para e o blá blá blá culposo mental - temporariamente esquecido volta. No meio disso tudo, sua mãe liga – não sei por que as mães têm essa incrível capacidade de ligar nos “melhores” momentos do dia - e por sentido natural, aí sem qualquer culpa, você desconta naquela ligação de um minuto todo esse descontentamento. Passado este minuto não culposo, lá volta ela a “Sra. Culpa” te fazendo sentir o pior dos filhos.

O dia passa a noite chega e você não fez nada exatamente como gostaria, ou queria. Mas mesmo tendo feito 458 mil outras coisas até positivas, ou mais produtivas, você não consegue olhar e não sentir culpa por não ter feito muitas coisas que deveria, e ou queria – onde uma delas era: ir à academia!!!

Ok! A semana está apenas começando, você se enche de otimismo, afinal o que é um dia para quem tem uma vida inteira? E resolve ir dormir cedo, para fazer tudo certinho no dia seguinte, pois a vida nos dá essa incrível capacidade todos os dias – a de recomeçar. Só que você começa a pensar no que precisa fazer, pois deixou para fazer amanhã o que deveria ter feito hoje, e o blá blá blá culposo mental volta – mais uma vez. As horas passam, você rola de um lado para o outro e acontece o quê? O mesmo na terça-feira!

Particularidades a parte. A bola de neve da “Sra. Culpa” sempre será assim se não colocarmos a plaquinha do STOP!!!!! E é por isso que agora resolvi dar um basta e às 23 horas tomo meio Lexotan, às 10 am – 10 mg de sibutramina, não saio mais na hora do almoço, às 17h mais 10 mg de sibutramina. E assim saudavelmente e sem qualquer contra-indicação, durmo que nem um bebê, resisto a qualquer caloria, fico cheia de energia para produzir e malhar e consigo até ser simpática com a minha mãe numa ligação durante o dia! Mas, se os sintomas persistirem, procurem-me um médio... psiquiatra!

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