domingo, 22 de junho de 2008

Não vim ao mundo a passeio, e você?

Quais os bônus e os ônus em ser o protagonista de nossa própria vida? Para uns deve ser estranho ler isso, cabendo até pensar: “Como assim? É lógico que sou protagonista de minha própria vida, quem mais seria?”.

O texto de hoje tem uma característica engraçada, pois comecei a escrevê-lo no avião voltando de São Paulo, depois de uma rotina pesada e proveitosa de trabalho mergulhada em diversos questionamentos de minha vida pessoal. Por ser uma pessoa na constante busca do famoso crescimento pessoal – exercício diário, edição 2008 - vira e mexe, encontro-me a pensar e a me questionar, se onde estou e para onde vou está bom e o que posso mudar para melhorar.

O texto estava pronto, politicamente envolvente, bonitinho até, porém superficial - talvez por estar momentaneamente na superficialidade de muitas coisas. Mas, não que isso seja ruim ou um problema, pois muitas vezes a superficialidade acomodada por um tempo, pode ser um excelente combustível motivacional. Procure ficar um mês sem ler e ver jornais. No mínimo a sua visão e sensação sobre segurança, crimes e etc... vai temporariamente mudar, trazendo uma falsa e confortável sensação de segurança, capaz até de motivá-lo a fazer coisas que antes você não se sentia seguro para. A alienação temporária também pode ser um ótimo combustível para a felicidade.

Coincidentemente ou não, nesse momento filosófico: se está “bom” o meu “de onde vim para onde vou?”, fui surpreendida com uma entrevista no Jô Soares, com o filósofo Mario Sergio Cortella, lançando seu livro: “Qual é a tua obra? – Inquietações propositivas sobre Gestão, Liderança e Ética”. Confesso que embasbacada Jô e eu ficamos com as colocações, inteligência, questionamentos e histórias apresentadas pelo filósofo. Inquietações que me fizeram pensar em qual seria a “minha obra” e legado que deixaria nesse mundo, caso amanhã não mais estivesse aqui: um blog cheio de textos politicamente incorretos? Somente saudades? Ou deixaria alguma “obra” com direito à vida e diferenças em vidas?

Acredito que o que me distancia de onde estou para onde quero chegar é tempo, e o que me difere de onde estou para onde gostaria de estar é ação. Hoje tenho claro que tudo que não realizei ou sou foi por falta de ações, pelos motivos não justificáveis XYZ dos 420 mil acontecimentos de uma vida que é só minha. Mas, cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é, como também a “merda” de não ser o que gostaria de ter sido. Porém, todos os dias temos a oportunidade de iniciar um ciclo e fazer tudo acontecer, inclusive o nada – como diz a minha mãe. Só que tomar ação e não viver na superficialidade, dá trabalho – e que trabalho!

Mas, não vir ao mundo a passeio é isso! Ninguém faz a diferença sem fazer diferente, pois o conhecido é conhecidamente indiferente. Já dizia Descartes: “Penso, logo existo”, disse Mário Cortella “Digo que penso, logo existo” – (o que achei arriscadamente interessante) Porém digo eu: “Penso, mas se penso demais não faço porra nenhuma”!

Olhando para a minha vida tenho a certeza que criei uma bela, belíssima obra até hoje, principalmente na vida de pessoas. Mas, sei também que posso muito mais, que posso encurtar esse tempo e deixar de ser muitas vezes coadjuvante de minha própria vida. Mas, por hoje e só por hoje, vou fazer como a engraçada personagem do Zorra Total - Lady Kate que: “Bõan, bõan, bõannnnnnnn, não tá! Mas, tá bõan!”, afinal ainda sou humana.

quinta-feira, 12 de junho de 2008

Commercial Love



Falar de amor sempre vale a pena e o dia dos namorados está aí. Terceira data mais importante para o comércio, só perde para o Natal e Dia das Mães. Coitadinhos de nossos Pais, que são “menos importantes” que nossos namorados. Ou será que eles não ligam tanto para presentes?

Fiquei pensando na importância não comercial desta data e percebi que ela basicamente serve para deixar os solteiros: “mal de cabeça”, por não terem quem esquentar seus pezinhos, nas noites nada frias de inverno. Afinal, quem namora já comemora aniversário de namoro de mês, ano, ou os dois, e quem é casado, também já comemora aniversário de casamento – datas marcantes da história do casal. Será que realmente é necessário comemorar o dia dos namorados de forma “grupal” em restaurantes, com presentes comprados basicamente por “obrigação”, terminando quem sabe numa patética fila no motel?

Vamos entender melhor...

Esta data, que comemora o amor e afeição, mas distorcida pelo comércio Brasileiro, foi firmada em 12 de Junho, por ser véspera de Dia de Santo Antônio. O Santo português casamenteiro ficou popular na época, por promover a união familiar, em queda já na Idade Média. A data foi escolhida pelo publicitário João Dória, para atender a encomenda de uma loja de presentes (Lojas Clipper), e não gerar problemas com a igreja católica, com uma campanha romântica para melhorar as vendas no mês de Junho, mês mais fraco do comércio - com o slogan "Não é só de beijos que se prova o amor". As vendas das lojas foram um sucesso, e em 1949 a Confederação do Comércio de São Paulo instituiu a data na cidade, que foi expandida para todo território nacional.

Publicidade é tudo, não é mesmo? Mal sabia Dória, que em menos de 60 anos iria fomentar tantos milhões no comércio brasileiro, e muito menos Santo Antonio que proporcionaria até hoje aos nossos milhões de amigos e amigas “mal de cabeça”, a esperança e a fé do “desencalhamento”, ops! Casamento.

Já a tradição nos países do Norte vem de longa data, desde o final da Idade Média, quando a noção de amor romântico passou a ser associada ao dia de "St. Valentine", em 14 de Fevereiro. Ao certo ninguém sabe qual "St. Valentine" é o homenageado, pois existiram dois, e ambos foram condenados à morte por celebrarem o amor. Mas, enfim... a data está aí há tantos anos e celebra o amor, não só entre os casais apaixonados, mas entre as pessoas que são importantes. Logo, os solteiros de lá não ficam “mal de cabeça” como os daqui.

Histórias, brincadeiras e consumismo selvagem a parte, o dia dos namorados é amanhã e como já disse, nunca é demais falar de amor e muito menos celebrar o amor! Por isso, pegue o seu amor, ame, reafirme, proclame, só não reclame e aproveite muito este dia não só amanhã, hoje e sempre, pois não existe nada melhor que amar e ser amado.

Para os sozinhos a dica número 1 é não ficar “mal de cabeça”, de nada isso vale, até porque acredito que hoje em dia a maioria está assim não por desencontro, mas sim por opção. Ligue para os seus amigos, descole uma festinha, afinal este ano cai numa quinta-feira e divirta-se bastante, ou fique se curtindo em casa mesmo. Mas, nesta sexta-feira 13, não deixe de fazer a sua fezinha, não na Mega Sena, mas lá com o “nosso” amigo Santo Antônio. A fila é grande, mas um pouco de água Benta e fé não faz mal a ninguém. A gente se vê lá! (ops!)

terça-feira, 3 de junho de 2008

Momento de Reflexo – ão.


Toda vez que abrimos os jornais, ligamos a televisão, saímos às ruas ou conversamos com alguém; vimos, sabemos ou somos vítimas de algum tipo de violência. Formamos uma população, principalmente no Rio de Janeiro, que aprende a cada dia a conviver com o medo e a possibilidade de que a qualquer momento algo pode acontecer, pois hoje, basta simplesmente estar vivo para essa possibilidade existir.

A sensação de impotência e de abandono total me apavora e entristece. Fatos como balas perdidas, assaltos, seqüestros relâmpagos, roubos de celulares pelas ruas, e mortes como a do Presidente do Banco Cédula ao reagir a um assalto em pleno Centro da cidade do Rio de Janeiro, na hora do almoço, na porta de uma galeria; me faz pensar sobre a vida, a qualidade dela, no quão frágil somos e como estamos nos condicionando a viver e reagir.

Já acordamos, andamos pelas ruas, paramos para pegar um ônibus, metrô, ou estacionar um carro... “antenados” e tensos. Vivemos em constante “alerta” e este modo “alerta de ser” sem sentir vai se transferindo para nossos momentos de lazer, descanso - ou quase.

Outro dia escutei uma história verídica e ótima que me fez pensar sobre isso:

Duas vovozinhas viúvas e do glamour, foram passear em Nova Iorque, (entenderam por que o “do glamour”?) depois de muito resistirem - devido à semelhança da “big Apple” com a “Cidade Maravilhosa” no quesito – violência. Por conta desse medo, as vovozinhas resolveram não pecar ou economizar no quesito – segurança.

Após sobreviverem a um dia violento de compras, mas neste caso no cartão de crédito, as vovozinhas chegam ao hotel, nada mais nada menos que no Hilton, cansadas e loucas para descansarem em sua deliciosa suíte. Pegaram o elevador e quando a porta estava fechando, um “negão” (sem qualquer ofensa ou preconceito), mas um “negão” de uns 2 metros e 10 de altura, por 2 metros de largura adentrou acompanhado, nada mais nada menos com um Rottweiler tão preto e enorme como ele (sem qualquer ofensa ou preconceito).

Imaginem duas vovozinhas, num elevador, 2 por 2 m, com um “negão” de uns 2 metros e 10 por 2 metros com seu “pequeno” Rottweiller subindo para o 21º andar? Um minuto envolto de tamanha tensão passa a ser uma eternidade, não é mesmo? Quando as vovozinhas menos esperavam, aquele “negão” enorme grita: “Sit!!!!” e as vovozinhas “sitaram”, ou melhor se sentaram e lá permaneceram até o elevador chegar ao seu destino.

Loucas para saírem da “Big Crazy Apple” as vovozinhas ao fazerem o “checkout” do famoso Hilton, receberam a informação que a hospedagem estava paga e junto com ela um bilhete que dizia (em inglês é claro!): “Nunca ri tanto na vida! Obrigado, Michael Jordan”.

Como disse, essa história hilária me faz pensar em como estamos reagindo a fatos simples ou não da vida, onde seus desfechos podem ser extremos. Mas, uma coisa é certa: se um dia um “negão” ou “brancão” gritar, não reajam, obedeçam!