domingo, 18 de novembro de 2007

SI

Fácil falar sobre a vida, sentimentos amores e histórias. Fácil descrever alguém, falar dos outros ou com os outros. Mas, falar de si, é difícil... difícil olhar para o “próprio rabo”, encarar o espelho... e ter que ver, mudar, lidar com seus defeitos, qualidades, verdades e mentiras.... ver que és como qualquer outro, nem melhor, pior, ou diferente... simplesmente e limitavelmente igual a todos e com todas as diferenças. Louco, sã? Qual o maluco que pode avaliar isso? Difícil se definir, se colocar em padrões ou fora deles, se expor a julgamentos, conceitos, ou pré-conceitos. Quem falou que não é difícil ver que és bela, inteligente, interessante, intrigante?? Que a vida é irônica, que o certo, nem sempre é certo, que os valores muitas vezes mudam, e que mudamos todos os dias, mesmo não querendo mudar... ou que não mudamos, mesmo fazendo um enorme esforço para isso? Quem falou que não é difícil ver que tens graça, charme, brilho, que és boa no que faz, que tens coragem e paixão pela vida, pelas coisas, pelas pessoas, pela música, pelo impossível? Quem falou que não é difícil ver que ainda és insegura e sonhadora, mesmo que faças todo e qualquer esforço para disfarçar? Quem falou, que não podes chorar, dizer que tens medo e que precisas de colo, ou que és frágil como uma criança? Quem falou que tens que se envergonhar de já ter falado “eu te amo” para a pessoa errada, de dar um “fora” na pessoa certa, de ter tomado aquele “porre”, ou ter dado uma bela de uma “gafe” ? Quem falou que a maneira que escolhestes de olhar a vida és errada se somos todos sobreviventes dessa louca e apaixonante vida? Quem falou que não é difícil ver que sorrir é o melhor remédio, mas que chorar pode ser o maior alívio para todas as dores? Quem falou que sou assim ou assado, quando eu simplesmente me definiria como agridoce.

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