terça-feira, 23 de julho de 2019

O forecast da vida

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Estamos chegando ao final do 2º quartil, algumas empresas fechando o ano fiscal e quando achávamos que ainda estávamos em janeiro, nos deparamos já no meio do ano. A reforma fiscal não sai. As metas estão lá piscando em neon vermelho, o dólar subindo, as chuvas e as pontes caindo Brasil a fora e o Twitter presidencial bombando. O mundo pode virar de cabeça para baixo que a pergunta básica do mercado corporativo para os times comerciais, não vai mudar: Qual o seu commitment?

A robotização está cada vez mais presente em nosso dia a dia e nas rotinas. Está mais do que provado que em poucos anos a tecnologia vai substituir todas as profissões que podem ser automatizadas e só existirão as que necessariamente precisarão de interação humana.

Essa confusão humana tecnológica nos dá medo e conforto dependendo da ótica analisada. Medo pelo desemprego, conforto por não mais gastarmos nosso tempo com funções operacionais.

Essa automação tecnológica nos proporciona exercemos nossa capacidade humana de inteligência, gestão, tomada de decisão, construção de relações sólidas, desenvolver pessoas e a nós mesmos.

Porém, não é bem isso que vejo por aí. Vejo padronização humana, metodologias robóticas de comportamentos com o propósito de automatizar pessoas - e isso me faz lembrar, ironicamente ou não, o filme Tempos Modernos de Charlie Chaplin - de 1936. Décadas se passaram e os tempos modernos continuaram iguais... agora de robôs humanos transformados em máquinas de resultados programados por metodologias corporativas que fazem todo o sentido e que trazem resultados repetitivamente comprovados.

As metodologias fazem sentido? Sim! São guias e melhores práticas. Mas, o que nos faz vencer é sermos autenticamente únicos. E isso não está em fórmulas, algoritmos ou metodologias. Está na nossa capacidade de sentir, de nos arriscarmos ao fracasso, a nos expor, a estarmos vulneráveis.

Nunca encontraremos o diferente dentro do controle.

Brené Brown, uma pesquisadora americana, fala sobre a coragem de ser imperfeito;  que quem não está disposto a ser vulnerável não será criativo e quem não está disposto a fracassar não será inovador.

Número são apenas números, mas as experiências e a construção de relações sólidas são únicas e em sua grande maioria é o que faz você chegar aos números.

Usamos metodologias e construímos respostas inteligentes padrão, muitas vezes, para evitar desconforto e exposição passível a julgamentos.

Por mais padronizados que sejamos, sempre julgaremos ou seremos julgados. Assim como sempre nos importaremos com a opinião do outro. Mente quem diz que não - para a primeira e segunda observação - seres comuns, é claro!

Porém, a fórmula mágica ente a hipocrisia e a alienação. É filtrarmos o que nos atinge ou não. O julgamento ou crítica de quem nunca realizou nada, não tem qualquer relevância. Normalmente os que ficam lá no sofá, ou na arquibancada vendo você jogar no campo são os que mais criticam o que você faz, fez, ou pode fazer. São os verdadeiros técnicos sobre o que nunca fizeram e que nunca erram. Claro! Como vão errar se são expectadores? Porém, as críticas, opiniões e até julgamentos de realizadores, ou das pessoas que nos amam, no mínimo temos que ter a humildade e capacidade de buscar olhar pela perspectiva apresentada e decidir se faz sentido ou não. Mudar ou não. Ninguém evolui sem passar pelo desconforto. Educar requer dedicação, assim como desenvolver e fazer parte.

O que te faz único no mundo corporativo? Os números ou sua capacidade de transbordar autenticamente de forma única, onde o número é a consequência do que você é?

Dinheiro e resultado, na minha visão, é o transbordo de nossas ações, do que nos tornamos, propósito, valores e crenças. Desenvolver nossas habilidades e administrar nossas dificuldades requer muita dedicação, disciplina e auto-observação. Porém existe um intangível nosso que só através de coragem e exposição gera diferença e valor.

Quando entendermos que em qualquer mercado e mundo sempre existirá espaço para autenticamente brilharmos, talvez o forecast da vida fique mais estrelado. E ao invés de números, falaremos de estrelas. Este é o meu commitment.

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