Vejo muitos executivos olharem os negócios ou
parcerias pelo ângulo do ROI, retorno sobre o investimento. Chego a algumas
reuniões e negociações que poderia levar apenas um slide ou fazer uma conta
simples no papel de pão, ou no celular.
Um executivo não pode ficar míope ou pratico
em tomadas de decisão com respostas binárias de sim ou não.
Um grande executivo de sucesso me falou uma
vez: “Ana, pense grande, comece
pequeno e cresça rapidamente”.
O ROI está vinculado a sua estratégia e
disposição a riscos de curto, médio e longo prazo.
Para toda e qualquer conta existe um valor
intangível não calculado. Desde imagem, relacionamento, aprendizado, reputação,
indicação, facilidade, crescimento. Relações e negócios não se constroem ou se
definem em um slide, ou no slide.
Vejo casais ou parceiros de trabalho
planilharem tudo. Se relacionarem com o olhar da justiça: certo, errado, o
mercado cobra assim ou assado. Muitas vezes o que importa não é o quanto, mas
sim o como. Fora que fica chato, muito chato.
Nos contratos de parcerias as
responsabilidades das partes é sempre um ponto importante para definir não só
as obrigações, mas como cobrar essas responsabilidades. Porém, se o como se
relacionar for bem construído, sinérgico e de confiança, cobranças podem nem
virem a acontecer. E quanto custa um não desgaste e uma relação saudável?
O mais difícil é chegar ao simples, porque
requer dedicação e experimentação. Muitas pessoas confundem o simples com o
simplório. A diferença é que o simples é denso, tem excesso de conteúdo e
inteligência dentro dele. Já o simplório é vazio, raso, agrega pouco e tem
pouco conteúdo dentro. Quando passarmos a entender melhor o significado das
palavras e as olharmos por diferentes ângulos, seremos melhores estrategistas.
Assim como simples é diferente do simplório, o estrategista é diferente do manipulador.
O estrategista busca ganho coletivo, maior; o manipulador busca o benefício
próprio.
Os números, as palavras quando olhados
isoladamente são apenas números e palavras.
Meu saudoso pai me dizia: “Minha filha, o conhecimento de nada te vale se não passado a
diante”.
Conhecimento sem aplicação é igual a
investimento sem retorno. Um contrato assinado sem engajamento e ações é um
contrato cheio de intenções e vazio de negócios. Uma empresa que fatura muito,
mas gasta muito é uma empresa cheia de sucessos e vazia de lucros.
Assim como os detalhes nos conquistam, o
contexto, o valor intangível fazem os investimentos terem retorno não só
financeiro.
Você pode receber um presente caro sem valor
nenhum e uma declaração de reconhecimento valiosíssima. Não é o quanto, mas sim
o como.
Enquanto os negócios forem olhados
simploriamente pelos seus números as empresas não chegarão a resultados
simples.