Temos
muitas urgências no dia a dia. De todos os gêneros, de todos os graus.
Urgência de falar, comer, comprar, transar. Urgência de
conhecer alguém que nunca conheceu – na mesma velocidade urgente de se livrar
dessa mesma pessoa, que você só conheceu.
Urgência de acabar uma reunião e recuperar a vida no celular.
Hoje nada mais desesperador do que
acabar a bateria do telefone e não existir um carregador por perto. Até nome para
essa sensação já inventaram; é a Nomofobia. Sabiam disso? Essa angustia devido à
impossibilidade de se comunicar através de um celular.
Estamos movidos a essas urgências momentâneas, para saciar, nós grandes insaciáveis. Atendemos a essas urgências, e logo mudamos para outra, num espaço de tempo muito rápido. E assim seguimos nesse ciclo dinâmico saciando o insaciável.
Exemplificando: Sabe aquela urgência que bate quando conhecemos alguém novo super interessante? Temos urgência de consumir aquela pessoa o mais rápido possível. Consumir aquela pessoa ou a história com ela, de um jeito para ontem, porque não podemos esperar amanhã. Ou simplesmente porque não sabemos se vamos querer amanhã.
O grande problema disso tudo é que o nosso emocional tem um
tempo mais lento de digestão dessas informações consumidas. Na maioria das
vezes o nosso tempo emocional é diferente da nossa urgência.
Em uma discussão, por exemplo, somos movidos pela urgência de
colocar para fora a situação em questão. Queremos nos livrar daquele
desconforto ou qualquer sentimento gerado naquele momento, com isso muitos excessos
desnecessários acontecem. Quando esperamos um tempo para o emocional digerir,
reagimos de forma muito mais sábia.
Mas quem consegue controlar tudo isso? Buda?
Essas urgências nada mais são que nossas angustias internas.
Saciamos a curto prazos ausências de longo prazo.
E como nosso emocional não tem esse ritmo acelerado. Quando
consumimos algo muito rápido, ao invés de gerar sabor, satisfação e
envolvimento, gera-se rejeição, repulsa, desconforto. Toma um milkshake gelado
de 500 ml em um minuto... por mais saboroso que ele seja, o mesmo não foi feito
para ser consumido em tão pouco tempo.
Por isso, mocinhas e mocinhos, por maior que seja o tesão, a
vontade, a urgência, pense no tempo emocional necessário para falar certas
coisas, fazer certas coisas, cobrar certas coisas, comer certas coisas, comprar
certas coisas, apagar certas coisas, mas principalmente dar certas coisas.