Ei você aí, me dá um dinheiro aí, me dá um dinheiro aí. Se você
pensa que cachaça é água, cachaça não é água não. Olha a cabeleira do Zezé,
será que ele é, será que ele é... Allah-lá-ô, ôôôô mas que calor, ôôôô. Se você
fosse sincera Ô ô ô ô Aurora. Ó abre alas que eu quero passar. Ô balancê
balancê quero dançar com você entra na roda morena pra ver Ô balancê balancê.
As águas vão rolar garrafa cheia eu não quero ver sobrar....
É meu caro leitor, mais um Carnaval
chegando. Data tão esperada, pensada, comprada, planejada ou reclamada. Para o
mal humorado de plantão, ou dos negócios – onde nada acontece antes do
carnaval. A festa do povo chegou e é hora de foliar!!
Por que esta época tem tamanha
magia? Espírito leve, de alegria, de natureza lúdica. Quantos amores nasceram
nos Carnavais (você lembra?) e quantos terminaram antes deles? Quantas histórias
em apenas quatro dias marcados por ano? Festa da carne, sentido Cristão?
Outro dia me pediram para
escrever sobre isso. O poder do Carnaval nos relacionamentos, ou término deles.
O que esta data manifesta em nós para querermos nos libertar tanto? Desde quando
estamos presos? Que liberdade corporal gritada é essa que acontece durante
esses quatro dias, a ponto de jogarem fora 361 deles por pura perdição? Será
que é preciso se perder, ou perder para se encontrar, ou arrepender-se? Longas sólidas
histórias que se vão por muitas breves e liquidas - ali encontradas atrás da
banca, de uma árvore, ou fantasiadas na próxima esquina.
Nada contra foliar, ao contrário,
adoro mais hoje Carnaval do que ontem, talvez porque ontem eu era mais leve
(literalmente) que hoje e por isso demandava menos, ou me importava mais.
Porém, o mais legal do Carnaval
é esse espírito tradicional, das marchinhas que faz passar os anos, gerações,
décadas – através de uma essência que não muda, singular, atemporal e que só se
resgata no Carnaval!! Tradicionalismo moderno, criativo e que fantasia a
realidade, não acha? Por isso o Carnaval
é fantasiosamente bom.
E para uma boa folia aprecie com
moderação, sem celular na mão, mas com muita camisinha na outra!
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