domingo, 31 de janeiro de 2010

A perda


Meu peito dói...
Sinto um grande nó na garganta...
As lágrimas correm sem controle pelo meu rosto...
O coração bate apertado e forte...
O sangue ferve nas veias...
Não sei o que pensar e o que fazer...
Só sinto...
Sinto...
E sinto...
A dor de te perder.

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

O Tempo da Mudança

Já foi o tempo em que tempo era documento para alguma coisa. Que longas carreiras dentro de uma organização era sinônimo de sucesso e casamentos duradouros de felicidade.

A vida mudou e as relações também, só que nem todos conseguem – ainda, se adaptar a essa nova realidade. Realidade esta, que não é melhor ou pior que a de antigamente, mas apenas diferente. Trocar paradigmas nunca foi fácil para qualquer geração e nem sei se um dia será, afinal coisa que o ser humano continua sendo é resistente a mudanças.

O mundo esta cada vez mais rapido, dinâmico, prático, superficial e descartável. E volto a dizer que nao necessariamente isso é ruim, mas apenas diferente do que estamos acostumados. E justamente por nao estarmos acostumados a alguma ou muitas coisas, tendemos a achar isso ruim. Por que uma relação que terminou, dizemos que “não deu certo e por isso acabou”? Quem foi que disse que não deu certo? Por que simplesmente não entendemos – sem traumas - que aquela pessoa foi perfeita até alí e que é hora de mudar, ou seguir sozinho? Por que ficamos analisando, analisando e analisando os motivos do “fracasso” das relações, se somos eternos mutantes e na próxima relação já seremos diferentes, onde os “erros”, ou melhor, as experiências passadas naturalmente nos mudam?

Meio doido tudo isso?

Sim para os mal resolvidos como eu, que adoram complicar o simples e a querer o mais confortável; e Não para os bem resolvidos que encaram a vida de forma simples como ela é, e estão abertos a mudanças. O mais engracado disso tudo é que os “mal resolvidos” como eu, adoram falar que “os bem resolvidos” sao frios, superficiais, que não encaram as verdades e utilizam as mudanças como fuga. E mais engracado ainda saber que não há problema algum ser felizmente acostumado com a mesmice.

Sinceramente, estou aqui rindo sozinha, pois esse papo pode gerar linhas e linhas de multiplos devaneios e opiniões das mais divergentes e íntegras possíveis. Porém, uma coisa é fato; o mundo, a vida, as pessoas, as relações, os valores e a realidade mudaram; e quem vai julgar se esta melhor, pior ou se é evolução ou perdição, é o livre arbítrio de cada um.

Só vale tomar cuidado para nao cair no “limbo” da incoerência frente as inúmeras oportunidades de viver várias vidas dentro de uma só. Onde pregamos uma coisa, mas agimos de forma contrária.

A incoerência pós -moderna é que faz essa nova realidade ficar ainda mais confusa, misturando todos os nossos referencias e não nos deixando aceitar que muitas vezes é tempo de mudar!

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Férias X Ócio


Estamos em Janeiro e para muitos, mês de férias. Trabalhou-se arduamente o ano inteiro para poder tirá-las e finalmente ficar de pernas para o ar, descançar, aproveitar muito o dia e se deleitar no ócio – de matar qualquer um de inveja... Será? Quem realmente consegue aproveitar o ócio? Tirar férias, o relógio e deixar a não rotina levar - sem culpa de estar “perdendo tempo”? Quem hoje consegue se dar esse privilégio?

Tirar férias, sair da rotina, na minha opinião muitas vezes é mais cansativo do que manter-se nela, pois estabelecemos inúmeras missões e atividades; quando na rotina o despertador toca no mesmo horário todos os dias, o corpo automaticamente se levanta, e as roupas já estão pré-organizadas e montadas no ármario. O caminho para o trabalho e o tempo nele – já conhecidos. As pessoas - as mesas; os horários da academia, curso, almoço, jantar, buscar as crianças no colégio também os mesmos e até o próprio trabalho, muitas vezes nem precisamos pensar ao executá-lo por já estar tão dominado por nós. De quebra, como estratégia, podemos também usar a rotina como desculpa para não fazer um monte de coisas. Já nas férias, não. Pois as tiramos justamente para resolver tudo que se precisa na vida pessoal e para aproveitá-las freneticamente, só para dizer que foram maravilhosas e produtivas!

Meio paradoxal isso, não?

Você não acha que cansativo é sair da sua casa para encarar um aeroporto cheio, ficar horas e horas esperando pelo voô, para depois ficar mais horas e horas inchando, e inchando nele - feito sardinha em lata; ou ficar também, horas e horas num engarrafamento ou estrada com um sol de 40 graus – e sem um lugar decente para parar para fazer xixi, ou comer. Ou pior ainda, encarar a rodoviária local com outras milhões de pessoas suando ao seu lado, para depois ficar mais horas e horas num ônibus, com o objetivo de chegar ao lugar dos seus sonhos de férias de mala, cuia, criança, sogra, papagaio e cachooro? Ou mais cansativo e estressante ainda, ficar horas e horas resolvendo NET, cartão, transferência de endereço, arrumando casa, armário, marcando médico e jogando tralha fora? Haja paciência!

Mas ok! Tudo isso é recompensado, pelo sentimento da produtividade e de missões cumpridas. Assim, seguimos com a ilusão de que vamos descansar nas merecidas férias, mesmo com praias lotadas, lugares novos para conhecer, duzentos programas e compras para fazer, caminhos para descobrir e muita, muita fila para enfrentar. A ansia de aproveitar cada minuto das férias, fazem delas mais exaustivas que muito cotidiano! Penso que muitas vezes é preciso tirar férias para descansar das férias. Mas, como isso quase nem sempre é possível, voltamos ao trabalho, mais cansados e estafados que antes, não é mesmo?

Porém, a palavra férias é quase que mágica e tem um poder energético sobre nós - que nem Freud explica. E por mais caras, cansativas e engordativas que sejam - o simples fato de se quebrar a rotina, viver, ver e experimentar coisas novas - descansa, oxigena, exercita e alimenta o cérebro, corpo e mente. Parece que precisamos disso para fazer valer tanto trabalho – mesmo acreditando que se manter na “mesmisse” é bem menos cansativo que esse movimento todo! Afinal, planejar, aproveitar e pagar as férias é uma missão e tanto!

Vale lembrar que as férias não são só para aproveitar cada minuto até a última gota, como se fosse a única oportunidade de fazer tudo aquilo que não se pode quando estamos “presos” na rotina padrão. Precisamos aprender a nos desacelerar e saber usufruir as descobertas do ócio, para que o corpo, mente e espírito relaxem e descansem. Fazemos pouco isso. E ao contrário do que se pensa, esse ócio aproveitado, esta longe de ser perda de tempo, mas sim mente sã, corpo são, no estilo Carpe Dien!