sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Em re-construção...


É sabido que todos os dias é dia para recomeçar e que cada dia que passa é mais difícil recomeçar. A medida que o tempo avança, acumulamos vivências, experiências, pessoas, amores, alegrias, conquistas, riquezas, medos e traumas. Muitas vezes acreditamos que somos os donos de nossas vidas, mas a nossa vida é composta por diversos elementos que muitas vezes não dependem somente de nós.

Um amor que resolve ir, um emprego que não cabe mais, uma doença que aparece, um filho não planejado, uma pessoa querida que se vai, um novo animal que vem. São tantos os exemplos esperados ou não que impactam e mudam muitas vezes por completo a nossa historia. Querendo ou não, somos obrigados a continuar, pois a terra não para de girar, o sol não para de nascer e o inesperado não parará de acontecer – felizmente.

Nem sempre estamos preparados para tantas mudanças, pelo inesperado, ou para a falta dos dois. Uma vida turbulenta ou tediosa pode gerar resultados similares. Quem nunca teve vontade de fugir da sua própria vida? Quem nunca quis “reclamar com Deus” por viver uma vida que não escolheu viver, ou perguntar a ele varias questões que fizeram mudar a órbita das coisas? Quem nunca fez o mesmo e o mesmo varias vezes, mas esperando um resultado diferente? Quem nunca quis dormir por dias, tirar umas longas férias ou mandar alguém para bem longe?

Essas vontades todas são normais, o problema está quando quando você diariamente quer dormir por dias pela manhã, mandar alguém para bem longe na parte da tarde e ficar reclamando com Deus todas as noites. Quando se chega nesse ponto, está na hora de mudar ou recomeçar. O que? Só você mesmo pode saber. Mas, alguma coisa deve ser feita, nem que seja aceitar, pois por alguma razão sua, ou parcialmente sua, essa é a vida e que foi escolhida para ou por você.

As razões dessa análise combinatória de nossas vidas, nunca vamos saber. Logo, não adianta se questionar e nem se prender no “se” - que só nos faz estagnar mais ainda. “Se” fulano não tivesse me abandonado, “se” eu fosse mais alta, “se” essa doença não existisse, “se” eu tivesse mais dinheiro, “se, se, se, se”... O “se” é a desculpa perfeita de toda imperfeição de nossas vidas.

Mas, como nada é perfeito, e nem vai ser, a única coisa que precisamos construir dentro de nós é a capacidade de se reconstruir e recomeçar em qualquer idade e a qualquer tempo. Tudo é único e não volta, mas tudo também pode ser adaptavelmente substituível, ou construído. A gente sempre se adapta. A gente se adapta até com as coisas ruins, não é mesmo? Não vai se adaptar com o novo que ainda pode ser bom?

Só quem sabe se reconstruir é capaz de encontrar o sucesso e ser plenamente feliz.

Um comentário:

Fernando Bastos "merreca" disse...

Toda vez que passo por aqui, tenho uma grata surpresa; adoro seus textos... bjos