domingo, 3 de agosto de 2008

O Salão


Havia limpado o salão, varrido a poeira, as mágoas e as falsas expectativas. Estava de portas fechadas para as erradas escolhas, mas com uma enorme janela aberta para todas as possibilidades possíveis. O salão estava vazio, triste, sem cor, sem música, carente e descrente. Mas, estava limpo, calmo, receptivo. Você se aproximou, apareceu na janela e sem sentir entrou. Deixei você entrar, praticamente invadir para preencher esse vazio. Sem acender as luzes nos arrumamos, nos preenchemos. Em braile tudo era simples, mas quando a luz entrou, vimos as cores e o preto e branco - tudo mudou de cor. As peças estavam fora de ordem, os sentimentos confusos e os papeis invertidos. A decoração era nova, mas a arquitetura ainda era completamente retrô. Foi preciso desconstruir para reconstruir o construído - como muita vontade, coragem, determinação e salão aberto. Juntamos tudo, descartamos o desnecessário, consertamos o que estava quebrado, e passamos a olhar sem dor as rachaduras do passado. Deixamos a luz invadir, o vento entrar, o cheiro das flores aromatizar, a música melodiar e com muita naturalidade transformar. As cores, os móveis, a iluminação, as peças não eram bem o que havia sido projetado, idealizado, ou buscado. Mas surpreendentemente, você foi, é, e sempre será a combinação e encaixe perfeito para esse complicado salão.

3 comentários:

Anônimo disse...

what happened to the other one?

Anônimo disse...
Este comentário foi removido por um administrador do blog.
Anônimo disse...

Dizem que escrever é a melhor maneira de falar sem ser interrompido. Você fala muito. E bem. Parabéns pelo blog . Beijos, Alvinho.